Criança não namora!
29 de agosto de 2019

A criança costuma entrar na puberdade (não apenas no sentido biológico, mas psicológico também) com aproximadamente 12 anos. Até lá, ela ainda está em processo de maturidade se conhecendo e absorvendo o que vê e interpreta no comportamento e na expectativa dos outros.
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Pense em uma cena: Uma menina de 10 anos comenta em casa sobre um menino da mesma sala. Eles se divertem juntos, conversam, brincam… Como você chamaria esse amiguinho dela para ela e para os seus amigos? Se você pensou “esse é o namoradinho da minha filha”, precisamos conversar.
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Nessa idade, a criança está aprendendo a fazer amigos e a se relacionar. Ela está descobrindo o poder das relações e buscando o seu lugar em diferentes ambientes para formar a sua personalidade.
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O olhar adulto, que geralmente serve apenas para atingir as expectativas adultas, torna precoce a busca pelo namorado e ainda ensina que meninas não podem ser amigos de meninos e vice-versa, pois a única relação possível entre os dois sexos seria como casal.
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Já pensou na série de consequências que isso pode trazer às crianças quando forem mais velhas e de fato precisarem se conhecer e se afirmar diante de todo o histórico delas mesmas e da construção da sociedade que já vivemos?
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Além de não ter maturidade para saber o que escolherá para a sua vida afetiva, a criança que “namora’ já entra em contato com a pressão de uma relação que exige escolhas muito mais maduras do que as que ela é capaz de fazer. A ideia sobre o menino que é “galã” na escola e a menina que “deve se comportar” já começa aí.
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Cuidado para não incentivar as crianças a terem comportamentos adultos. Reforce que ela pode ter um amigo muito próximo, mas deixe claro que ela não precisa chama-lo de namorado, nem de brincadeira, pois namoro é outra coisa e ela terá tempo para viver isso daqui alguns anos.
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Quanto mais tirarmos as expectativas e interpretações adultas das crianças, mais livres elas serão para se conhecerem, se respeitarem e respeitarem os outros.